Este post apresenta, ao meu ver uma das ironias mais legais das cicloviagens. A foto mostra um dos momentos mais comuns das minhas pedaladas e, provavelmente de muitos outros cicloturistas, randonneurs, mulambikers e afins: dois piás enchendo a pança (acreditem, apesar do borrado, é isso que está acontecendo) em um posto à beira da estrada.
E é uma cena bastante comum mas, parando pra pensar, não é um tanto irônico? Assim, vamos focar nos estereótipos, certo? De um lado: bicicleta, esporte, saúde, qualidade de vida, menos carro, menos trânsito, menos poluição, verde, meio ambiente… De outro: posto, carro, caminhão, gasolina, diesel, petróleo, fumaça, poluição… Mas pergunta pra quem tá lá com seus 60, 70 km nas costas desde a última parada se não dá uma felicidade quando, no meio do nada, já quase sem água, uns 10 km a mais na distância que aquele tiozinho jurou pra você que era, aparecem aquelas bandeirinhas tremulando, aquela cobertura (caramba e em dia de chuva, então?) e aquela loja de conveniência prontinha pra te meter a faca?
Em regiões pouco habitadas, às vezes os postos são realmente a única opção de estrutura onde se encontra água, comida, um local pra tomar banho e até pra dormir. Sem contar que dá pra acampar na faixa nos estacionamentos mediante uma negociação, na esmagadora maioria dos casos, bastante tranquila com o gerente ou até mesmo com o frentista gente boa que é parça do dono do local. Em cidades pequenas, é possível até que te deixem acampar dentro da garagem de troca de óleo ou em outra estrutura que te abrigue da chuva. Chega até a ponto de alguns de nós, após retornar de viagem, mesmo já no conforto da cidade grande, ao ver um posto, instintivamente pensar: que bom, tem um ali, estou seguro!
E para os randonneurs então? Quantos PCs não foram montados em postos? Quantos bravos guerreiros não recuperaram suas energias lá? E outros tantos que já não chegaram espumando e pediram arrego nestes que já foram palcos de grandiosos DNFs?
O pedalante vê um posto e já sabe que terá pelo menos o mínimo que precisa, isso quando não tem de tudo. Água, comida, abrigo, uma privada, um chuveiro (mesmo que com água gelada), compressor, pessoas, (algumas legais, outras nem tanto). Tudo bem, depois daquele momento de alegria e satisfação ao encontrar um porto seguro às vezes vem um bêbado te enchendo com perguntas ou contando o quanto a vida dele é legal. Infelizmente faz parte do pacote e é assim que funciona.
Enfim… Posto é vida!
outubro 18th, 2016 em 16:47
Hahahaha, grande verdade esta do Posto, já tive DNF em um Posto de Combustível… hahaha, mas como você disse, faz parte do pacote.
outubro 19th, 2016 em 10:09
Nunca tinha pensado nisso, mas mesmo em treinos o posto é meu ponto de referência: Vou até o Posto Petropen ou vou até o Posto Fazendeiro!!!
E quando estamos com a água no fim e sabemos onde está posto, mas passa uma eternidade para chegar nele. Nossa, que sensação horrível.
Até mais
outubro 19th, 2016 em 18:54
Ah, se esses postos falassem, ahahaha.
Bendito seja o posto que abriram no caminho!