A subida talvez seja a parte mais difícil numa cicloviagem. Se bem que pedalar na chuva é ruim. Vento também… Subida com chuva e vento contra, talvez? Enfim, o assunto aqui é subida!
O que é que tem de legal em subir? Talvez nem seja a subida em si… Alguns gostam porque gostam de sofrer ou porque gostam de coisas difíceis e por aí vai. Mas se o durante não é prazeroso, o final é… Ah, se é… Olhar pra trás depois de uma longa serra e pensar: nossa, eu subi tudo isso? Que massa!
O randonneur pode encarar como um desafio a mais e sair de cada uma delas com a sensação de dever cumprido. O cicloturista curtindo cada trecho, tirando fotos de toda a serra até cansar, maravilhando-se com a paisagem enquanto xinga incessantemente o desgraçado que inventou de botar uma subida daquela no meio do caminho.
O xingamento! Esse com certeza é um ponto em comum a todos, mesmos os que gostam de subir. “O que? Mais 2 km? Não eram só 10 de subida? Ah, vai t…. n. c., c……!”. Quem muitas vezes já não ouviu coisas do tipo “é tudo plano”, “só tem uma subida”, “são só 4 km, depois só desce” e depois enfrentou a realidade nua e crua daquela maldita subida?
É lá que o bicho pega, que as energias são drenadas até o fim, que o motor queima, que a criança chora e a mãe não vê… Mas quem termina uma grande serra sente-se mais do que merecedor de cada pixel da foto tirada, de cada metro de altimetria acumulada no Strava… Se é o trabalho que dignifica o homem, é a subida que dignifica o ciclista, cicloturista, randonneur, cicloviajante, pedalante ou o que vocês preferirem.
As subidas no caminho também nos ensinam ou pelo menos nos fazem lembrar de algumas coisas básicas do manual da vida. Elas são a parte mais difícil da pedalada (sim, agora estou afirmando que são, azar se não gostar), assim como os problemas são as coisas mais difíceis da nossa vida. Algumas subidas são pequenas, outras maiores, outras nem são pequenas, mas vem depois de uma boa descida e com vento a favor te empurrando. E outras são enormes, alguns até se achando incapazes de vencê-las. Mas não importa o tamanho, se você girar, girar e girar, mesmo que lentamente, em algum momento vai chegar ao topo. E, mesmo cansado fisicamente, mentalmente sairá mais forte do que entrou.
Ela pode até não ser a parte mais amada da viagem, mas que ensina… Ah, com certeza, ela ensina!
outubro 17th, 2016 em 16:55
Sábias palavras, parabéns.
outubro 18th, 2016 em 10:28
Valeu piá!