Nome?
Evandro Otto dos Reis.

Natural de?
Porto Alegre, RS. Morando em Florianópolis.

Qual e como foi seu primeiro BRM pedalado?
Meu primeiro BRM foi o Audax Floripa 200 de 2014, com, aproximadamente, 700 inscritos. Foi uma festa. Eu nunca tinha pedalado mais de 100 km num dia, mas fiz tranquilo e curti muito o clima da prova. Ali eu fui picado pelo bichinho do Audax.

Qual e como foi o BRM mais marcante para você?
Antes do PBP foi o 1000 de Floripa em 2014. Andei toda a prova contra o vento, meu parceiro sofreu um acidente e desistiu nos 500 kM, enfrentei um temporal sem parar de pedalar e o sono no final da prova pegou pesado. Mas também conheci outros malucos que me receberam muito bem no grupo deles e deixaram os últimos 400 km bem divertidos, mesmo sem reduzir o sofrimento de prova.

Qual(is) PBP participou?
Participei do PBP 18 em 2015.

Como foi(ram) sua(s) participação(ões)?
Consegui terminar a prova dentro do tempo (89h 40min). Para conseguir esse feito eu tive que superar várias de minha marcas pessoais – como maior tempo pedalando sem parar, maior quilometragem pedalando em alta intensidade, maior tempo sem dormir, etc. Considero que tive sorte de não sofrer um acidente, pois quase dormi pedalando várias vezes; cheguei a sair da estrada, por sorte eram trechos com grama no acostamento e sem buracos ou valas. Tenho muito orgulho de ter completado a prova, mas meu corpo ainda está pagando pelo esforço feito.

O que significa o PBP para você?
Para mim o PBP é a Copa do Mundo da modalidade: a estrutura montada, o público incentivando, a quantidade de participantes, a história da prova, as provas qualificatórias (o PBP começa lá no primeiro Audax 200, quando garanti minha inscrição fiquei 2 noites sem dormir). Sou formado em Educação Física e pratico vários esportes, mas participar e completar o PBP 2015 foi o meu ponto mais alto nos esportes, até agora. Pretendo voltar e melhorar minha performance na prova.

O que você listaria como erros e acertos de sua(s) participação(ões)?
Erros:
- joguei futebol 50 dias antes da prova e tive que ficar 40 dias sem pedalar (lesionei o joelho);
- acordei muito cedo no dia da largada, quando começou a prova eu já estava acordado a mais de 10 horas;
- usei pouco chamoix no começo e fiquei bastante assado no final da prova;
- subestimei a altimetria do percurso;
- perdi muito tempo nos PCs: conversando, nas filas dos refeitórios, nas filas dos dormitórios, nas filas dos banheiros, acordado esperando amigos.

Acertos:
- minha preparação, que começou em dezembro de 2014 e me possibilitou concluir a prova mesmo depois de 40 dias parado (voltei a pedalar no fim de semana anterior à prova);
- levar a variedade e a quantidade certa de roupas (temperatura variou de 8 a 26 graus);
- não ter parado de pedalar, mesmo quando achei que não daria mais tempo de terminar dentro das 90 horas.

Que dicas daria a randonneurs que farão seu primeiro PBP?
- o almoço oferecido pela organização no dia da largada não caiu bem para nós, brasileiros;
- fora dos PCs a comida é mais barata, mais saborosa e mais rápida;
- durma até a hora da largada;
- pegue carona nos pelotões;
- ganhe tempo no começo para poder dar uma dormida de umas 4 horas quando o sono chegar (não fiz isso).
- vário trechos lhe deixarão deslumbrado, aproveite, mas não perca muito tempo.
- interaja com outros participantes e com o público, é a melhor parte da prova.