Nome?
Patricia Barcellos.
Natural de?
Porto Alegre – RS.
Qual e como foi seu primeiro BRM pedalado?
O 200 km, em Floripa, abril de 2012.
Fui ler meu relato pra poder lembrar. Mas transcrevo aqui o comentário final:
…”Mais umas subidas e afinal… Beira Mar Norte, passarela para cruzar a avenida e a 500 metros da chegada eu ouço meu companheiro dizer: obrigada por me acompanhar…. Bah! Tudo junto: emoção pelo percurso cumprido, cansaço físico, emoção à flor da pele. A minha resposta saiu sem pensar muito: na vida vale a teoria do mergulho: mergulhe sempre em dupla e nunca o deixe sozinho. Então, o espírito desta prova mostrou sua cara no final. Ali, onde o corpo começa a descansar, porque sabe que está chegando ao final da prova, e a mente para de focar o caminho, a resistência e a dor: parceria, companheirismo, curtição, apoio, superação dos limites. É isso que faz o caminho ficar mais bacana. E tem mais, muito mais. Assim que cruzamos o tapete de chegada, recebemos o abraço amoroso e vimos o sorriso contagiante das minhas filhas. Esse é meu troféu, minha medalha. Poder mostrar para minhas filhas que é bom viver isso. Dar o exemplo que o que vale é participar, mesmo que não se chegue em primeiro lugar (que obviamente elas estavam esperando isso), e sim, concluir uma prova e se superar. É emocionante ser o exemplo disso.”
Qual e como foi o BRM mais marcante para você?
O 300 km Floripa, de 2013. O meu segundo 300. O primeiro havia feito em 2012 em companhia de um ciclista. Este de 2013, fui fazer sozinha.
Foi marcante porque eu quebrei faltando 25 km pra chegada e eu ainda tinha cinco horas pra fechar, e com ele aprendi muito e quase tudo que carrego para todos os outros brevets. E foi a partir dele que conheci muitos outros ciclistas.
Os últimos 80 km foram muito sofridos, física e emocionalmente. Foi o mais duro de todos e por isso o que mais me ensinou.
Qual(is) PBP participou?
2015 – DNF no 500 km
Como foi(ram) sua(s) participação(ões)?
Me preparei muito fisicamente. Mas confesso que pequei no planejamento. A desistência foi um grande vacilo. E quando a ficha da desistência começou a cair, veio sintomas de depressão.
O que significa o PBP para você?
Antes de conhecê-lo: a maior de todas as provas, o desafio final. Conquista e orgulho.
Depois de ser derrotada por ele: uma meta. Um gigante a encarar novamente. Superação.
O que você listaria como erros e acertos de sua(s) participação(ões)?
Erros: subestimar o percurso, o clima, o tempo e meu próprio ritmo. Não obedecer os momentos de descanso antes e durante a prova.
Acertos: Levar sempre o que comer. Ter sempre água a mais que o suficiente. Levar mais de uma manta térmica para brevets longos. Treinar musculação com orientação especifica, para evitar dores e lesões posteriores. Não usar bermuda de ciclismo.
Que dicas daria a randonneurs que farão seu primeiro PBP?
Se alimentar e se hidratar constantemente. Controlar a média de forma a poder parar nos PCs, sem pressa, mas sem pegar pesado no começo. Preparar o corpo praticando musculação. Pensar na prova em partes, não como um todo.