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Everesting – Subida do Monge

Postado em 06 setembro 2015 por awulll

Fui apresentado ao Everesting pelo Kleto Zan no início do ano quando fiz um brevet 200 lá com o Rafa, em Mogi. Pra quem não sabe do que se trata, pode ler o post que escrevemos ou, melhor ainda, ver o site oficial. O Kleto é o primeiro brasileiro a “everestar” uma subida.

Primeiramente havia pensado em fazer na Serra do Mar, no litoral paranaense. Não lembro o motivo, mas me deu na cabeça de realizar a pedalada na subida do monge, na Lapa, minha terra natal. É a subida de acesso ao parque e muitas vezes fiz o trajeto correndo durante a adolescência ou cortando caminho pelas trilhas no meio do mato. Tem toda uma história e tal… Nem digo uma história pessoal, é um local especial para todos os lapeanos. Além disso poderia usar o estacionamento da recepção de visitantes na parte de cima como base e deixar comida e tudo mais no topo. Enfim, parecia um lugar bem atraente.

Enviei e-mail ao pessoal do Hells 500 pra tirar algumas dúvidas e outras tirei com o Kleto. Como já tive uns 50 furos esse ano, comprei mais 5 câmaras, além de outras duas remendadas e me armei para o desafio.

Por volta de 6:15 botei a bike no carro e fui até o topo da subida. Recentemente colocaram uma guarita na entrada do parque. Conversei com o vigia e deixei minhas coisas lá.

Fiz minha primeira descida e senti a enrascada em que me enfiei. A estrada já não era lá aquelas coisas e está cada dia pior. O Parque Estadual do Monge foi revitalizado porcamente e até agora pelo jeito ninguém achou importante ter uma estrada de acesso decente. Há anos atrás foram tiradas árvores exóticas do parque e veículos pesados trafegaram por um bom tempo lá, destruindo toda a estrada. A grana da madeira poderia ter sido usada para bancar reformas no próprio parque, mas ei… Aqui é Brasil! Hum, então esquece… É uma pena…

Voltando ao que importa… Achei que logo na primeira descida iria arrebentar toda a bike saltando os buracos da estrada. Pensei que de speed seria mais fácil por ser mais leve, mas me enganei. Descer seria grande desafio, mas lógico que não tanto quanto subir várias vezes o acesso ao parque.

Meu plano inicial era terminar antes de anoitecer. Logo no início vi que não iria dar certo, pois perdia um tempo precioso na descida. Fiz 13 subidas e dei uma paradinha rápida. Depois mais 7 e uma parada longa pra comer. Dali pra frente fiz pernas sempre pequenas… 13, 10, 7 e às vezes até 6 repetições.

Tinha esquecido de levar os restos de pizza do dia anterior para almoçar, mas minha mãe, a Manu e a Denise levaram uma marmita pra mim. Grandes vantagens de estar perto de casa…

Na parte da tarde teve mais movimento na estrada, o que demandava mais cuidados na descida, mas também era uma boa distração para passar o tempo. Nas paradas para descanso tinha a companhia do vigia. No final da tarde, por volta das 18:00 outra visita das meninas, além do meu irmão! Café e mais um monte de coisas. Ali comecei a sentir ânsia e fiquei preocupado. Pedalava sempre poupando as pernas, sem pressa, já que não havia limite de tempo e parecia tudo sob controle, mas aquela ânsia não estava nos planos. Esperei pra ver se vomitava e nada.

A noite veio. Estava sem farol e contava com uma lanterna que peguei da mãe. A Manu fez uma gambiarra e deu pra prender na bike. Durante a noite passei bastante frio nas paradas e em quase todas elas sentia ânsia, mas durante o pedal foi tranquilo, exceto pelas descidas, pois precisava ir ainda mais devagar.

Lá pelas 21:00 nova visita das meninas. Dali e durante a madruga só eu e o vigia lá no topo. Na estrada, geralmente tinha um ou dois carros estacionados provavelmente com casais namorando, digamos assim. Além disso, os bêbados tradicionais tocando horror. As paradas foram sempre longas para não correr riscos e aos poucos aquela ânsia foi desaparecendo. E no whatsapp a companhia da galera ajudando a espantar o sono.

Quando amanheceu faltavam umas treze repetições pra terminar. Separei em duas pernas e no finalzinho estavam lá minha mãe, Denise e a Manu. No ciclocomputador já marcava 8881 m, mas enviei o arquivo do Garmin pro Strava e deu 8529. Fiz mais 5 repetições fechando 9285 m no ciclo e 8915 m no Strava. Mais tarde submeti ao Hells 500 o trajeto percorrido e enviei também as fotos do ciclo e os arquivos do Garmin. Não demorou muito e veio a confirmação! Me uni a Kleto Zan e Frederico Costa Pinto na lista dos brasileiros que, num belo dia não tinham mais nada pra fazer e ficaram brincando de sobe e desce até superar os 8848 m, altitude do Monte Everest. E que muitos outros loucos entrem nessa lista!

Agradecimento a todos que acompanharam essa doideira, em especial à mãe, Manu e Denise!

Registro no Everesting: http://veloviewer.com/everesting/386144244

Registro no Strava: http://www.strava.com/activities/386144244

 

2 Comentários para este Post

  1. frigo Says:

    Joao sensacional, acompanhamos ansiosos no Whatsapp! Parabéns!

    E parabéns também pro teu mega time de apoio né! Se não fosse o apoio da tua mãe, Manu, Denise e Boris teria sido bem mais complicado!

  2. awulll Says:

    Com certeza, principalmente com aquele cafezão que ajudou bastante.
    O que ainda é um grande mistério pra mim é não ter furado nenhuma câmara. É o mesmo material (pneu, câmara, roda, …) que tem furado bastante esse ano. A da frente deu uma esvaziada e não sei se é um furo minúsculo ou foram as pancadas mesmo. A de trás está intacta.

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