Comecei por volta das 7:15. Ainda em Rottweil, o Philipp me mostrou a parte central da cidade e a estátua do cão Rottweiler, que é da região.
Na primeira parte da manhã encontrei um casal de cicloturistas espanhóis que começaram a viagem em Praga e estavam indo pra casa. O dia estava muito bonito e a pedalada bem agradável. Até que perto da hora do almoço, quando estava quase no Lago Constança arrebentou o cabo do câmbio traseiro. Por sorte estava próximo a uma cidade e achei uma bicicletaria para consertar.
Chegando na bicicletaria, a cada 5 minutos o mecânico vinha com alguma notícia: “olha, seus freios já estão no fim”, “olha, seu pneu já não presta mais”… Fora isso, ainda tinha o problema no câmbio, que acabou ficando sem solução, pois a oficina da bicicletaria ficava aberta só até 12:30 naquele dia. Antes de sair, logo quando peguei a bicicleta, fura o pneu da frente. Como estava ali, aproveitei pra pegar uma câmara nova.
Pedalei alguns km até chegar no lago e achei um lugar pra almoçar, depois continuei o passeio. O lago é muito bonito e muito bem explorado com vários balneários. Há uma bonita estátua giratória perto da fronteira da Alemanha com a Suiça. Minha rota seguia costeando o lago, pedalando em território suiço. Muitos ciclistas e cicloviajantes pedalando por ali, inclusive famílias inteiras em suas bicicletas. A tarde foi bem quente e algumas fontes que encontrei no caminho foram muito bem-vindas.
Parei num posto ainda na Suiça para comer algo e, dali pra frente a paisagem mudava: o lago ia ficando para trás e apareciam as montanhas. Além disso, nuvens negras se apresentavam trazendo chuva – que felizmente não foi forte.
Tive um furo no pneu traseiro, depois mais alguns km de estrada de pedra e aí entrei na Áustria. Depois disso, mais alguns km e chego em Liechtenstein, onde passaria a noite.
Não demorou até encontrar o prédio do Matt. O difícil foi encontrar o apartamento. Na Europa (pelo menos foi assim em todos os lugares que eu passei), não há o número do apartamento, mas o nome de quem mora lá. E o nome do Matt, nem seu sobrenome aparecia lá. Então comecei a apertar algumas campainhas até que acertasse. Uma senhora apareceu na janela, me viu ali fora e soltou um “no, niente, niente!” e fechou a janela. Vai ver achou que eu era um mendigo. Depois apareceu um senhor, eu expliquei a situação, mas ele não conhecia ninguém com aquele nome.
Sem ter o que fazer e sem conexão para enviar um e-mail ao Matt, passei na frente de uma casa e perguntei para a moradora se sabia de algum lugar onde eu podia ter uma conexão e entrar em contato com ele. Quando eu falei que era brasileiro, ela já falou: bom, então vamos falar em português! Ela era do Rio de Janeiro e morava ali. Me contou de um casal que tinha um hotel por ali, cuja mulher era de Curitiba. Nesse tempo, o Matt apareceu e me recolheu pra dentro do prédio. O nome dele é Matthias e o sobrenome que estava lá era diferente do que aparecia no couchsurfing. De qualquer forma, consegui um lugar pra ficar naquela noite.
Comi um bem apimentado, mas delicioso jantar e conversamos sobre muitas coisas. Fiquei sabendo que Liechtenstein é um dos poucos países do mundo que usam tomadas iguais às do Brasil. Além disso, o país possui mais gente trabalhando nele do que morando lá. Foram poucos, mais bons momentos naquela pequena nação. Aliás, um pedal multinacional: Alemanha, Suiça, Áustria e Liechtenstein!
Distância: 176,39 km
Média: 21,10 km/h
Máxima: 57,35 km/h
agosto 6th, 2015 em 6:13
Muito legal de ver às fotos, teu passeio e estadia por ai!!!
Se quiser passar no Norte Da França, està bem vindo.
Abraço,
David.
agosto 6th, 2015 em 7:22
Obrigado David, mas já encerrei a viagem.
Que seu terceiro PBP seja perfeito por aí!