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Do Atlântico ao Pacífico – dia 12, de Joaquín Victor Gonzáles-ARG até General Güemes-ARG

Postado em 16 fevereiro 2015 por awulll

Iniciamos 2008 com tempo bom e algumas estradas ruins até nos despedirmos da ruta 16 e entramos na ruta 9,  onde o asfalto era muito bom apesar de não ter acostamento.

Agora o terreno deixava de ser plano dando lugar a algumas subidas e descidas, mas nada muito pesado. Pensávamos em almoçar na estrada, mas como era feriado, não encontramos nada aberto. Na quilometragem escolhida para almoçar, achamos apenas uma casa e paramos ali na frente para comer as tradicionais bolachas, já que não nos restava outra coisa a fazer. O que nos intrigou foi a quantidade de borboletas que havia ali.

Entretanto, além das borboletas, uma criança brincava com umas bombinhas fazendo um estouro após o outro. Ficamos de saco cheio, o Nelson ainda mais, tanto que saiu dali pra procurar uma árvore com sombra do outro lado da rodovia. Instantes depois ele nos chama, todo animado: alguns metros à frente havia um mosteiro e, ao verem o Nelson descansando, ofereceram almoço.

Assim, o que parecia o pior almoço da viagem se tornou um dos melhores. Ficamos um tempo ali conversando com os religiosos sobre nossa viagem. Como muitos pelo caminho, ficaram espantados com a rota que traçamos, que incluía a famosa Cuesta de Lipán.

Na parte da tarde, umas duas paradas pelo caminho. Encontramos um casal com problemas em sua motocicleta, mas muito animados. Perto de Güemes, uma parada num posto e depois só na cidade.

Deixamos o Chaco para trás e, dia após dia, iniciamos nossa escalada até o topo de Lipán. Agora a temperatura era mais amenas, haviam montanhas ao redor, subidas e descidas, estradas um pouco melhores e cidades com mais estrutura, pelo menos até chegarmos na Cordilheira do Andes.

Em General Güemes paramos num posto como de costume e encontramos um caminhoneiro brasileiro. Contamos da história da propina lá em Formosa e ele disse que isso era comum com caminhões também e que os patrões até incluíam um valor a mais para essas “necessidades”. Também trocou alguns reais meus por pesos e deu algumas dicas sobre o caminho.

No banheiro do posto havia uma figura bem curiosa, que cuidava do local, vestido de gaúcho. Conversamos sobre a viagem e ele comentou que não conseguiríamos subir Lipán pedalando, apenas empurrando. Ah, tá bom, sei…

Nos próximos dias pedalaríamos menos, conforme a rota proposta. Não tínhamos experiência em pedalar em grandes altitudes e não sabíamos como nosso corpo ia reagir, por isso era interessante termos tempo de sobra caso ocorresse algum imprevisto. Mas naquele dia pelo menos, só precisávamos ficar espertos com as aranhas e suas centenas de teias espalhadas nos arredores do posto onde acampamos.

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