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Do Atlântico ao Pacífico – dia 10, de Los Frentones-ARG até Monte Quemado-ARG

Postado em 13 fevereiro 2015 por awulll

E lá fomos nós acordar cedo novamente! Mas se era pra não pegar sol forte na parte da tarde, tava valendo!

Como estávamos passando por regiões mais áridas e com menos recursos, fomos guardando algumas garrafinhas de refrigerante/água e enchíamos em qualquer posto para termos um estoque maior de água.

Na parte da manhã pegamos um trecho de estrada de terra, mas não muito longo. Placas sobre as Ilhas Malvinas estavam presentes por aqui, mostrando o nacionalismo do povo argentino.

Marcamos de almoçar em El Cabure. Cheguei um pouco antes, vi que não tinha nem um posto ou restaurante na rodovia e comecei a conversar com um rapaz que trabalhava como caseiro em um sítio ou chácara. Eu comentei com ele que em quase todo lugar que eu passava achavam que eu era americano ou inglês. Aí ele disse algo como: “Olha… Aqui se você for americano ou inglês é melhor nem falar, se não os caras podem até querer te matar”.

Passados alguns instantes chega o dono da chácara. Um senhor de chapéu e camisa branca, com um apertar de mãos firme de quem é acostumado a trabalhar “na roça”. Falei da viagem e tal e ele me perguntou qual era meu sobrenome. Comentei que alguns amigos estavam pra chegar e ele perguntou o sobrenome deles também. Por sorte nenhum era descendente de ingleses. Pela conversa, o rapaz não estava brincando quando conversou comigo.

Eles nos levaram até uma mercearia ali perto e pudemos comer uns sanduíches, pois não havia restaurante por ali. Ficamos um bom tempo lá conversando com o pessoal que enchia a cara e com o Oscar, dono da mercearia. Estava muito quente e o cochilo da tarde foi ainda melhor.

 

 

No caminho até Monte Quemado, passaríamos por Los Tigres. Era praticamente na metade do caminho até Antofagasta. O James gostou do nome da cidade e chamava nosso grupo de Los Tigres. De tanto ele falar nessa cidade, o Nelson pensou que era um lugar com uma estrutura ao menos razoável.

Bom, cheguei um pouco antes dos dois e, como Los Tigres ficava no meio do caminho entre El Cabure e Monte Quemado, combinamos de parar ali. Mas não tinha nada! Estava muito quente e nós estávamos com pouca água. O Nelson, pensando que poderia reabastecer ali chegou todo empolgado e quando viu eu parado do lado de uma árvore, surpreso perguntou: “Aqui que é Los Tigres?”. Eu já tinha pesquisado melhor e pensava nessa possibilidade de não ter nada, mas o Nelson não sabia e quase matou toda a água. Como a reserva dele era uma água com uns musgos, que era a única que o pessoal de El Cabure tinha pra oferecer, dei um pouco da minha pra ele, enquanto esperávamos o Aramis.

Até chegar em Monte Quemado, pegamos subida muito leve, mas muito longa. Quando atingimos nosso objetivo, encontramos um posto e já fomos pedindo um canto pra armar as barracas. Por ali algumas crianças apareceram e fizeram a festa, nos enchendo de perguntas, querendo entrar nas barracas e se divertindo. Conseguimos um lugar pra jantar cerca de um quilômetro dali.

Metade da viagem completada! Só faltavam mais 10 dias para Antofagasta!

 

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