Pensando em não pedalar no sol do meio dia, começamos um ritual de acordar 4:00 e sair às 6:00. A região do Chaco é muito quente, então quanto mais tempo pedalássemos fora das horas mais quentes, melhor pra nós.
O que atrapalhou um pouco no início deste dia foram os mosquitos na estrada, mas só bem cedo mesmo. Tinha muito mosquito! Se ficasse de boca aberta comia um monte deles.
Na primeira parada pra comer (bolachas, sempre elas…) descansei num ponto de ônibus. O Aramis chegou pouco depois e conversamos com duas irmãs que esperavam ônibus ou qualquer coisa parecida ali.
No caminho passamos pelo monumento à Margarita Belém, onde houve um massacre com a morte de vários presos políticos.
Cheguei em Resistencia antes do pessoal e fiquei esperando no primeiro posto. O Aramis chegou em seguida e não me viu lá, então pedalei atrás dele. Depois, enquanto ele esperava o Nelson fui até a cidade procurar capacetes pra evitarmos problemas com outros policiais. Consegui encontrar, mas os mais baratos eram bem grandes.
Voltei até o posto onde tinha um restaurante e almocei junto com o Aramis. O tempo passava e nada do Nelson chegar. Quando já tínhamos descansado do almoço ele aparece, todo cansado. Já tínhamos feito uns 100 km, aí ele perguntou quanto faltava pro final do dia. Só faltava mais 100 km, rs. Enquanto ele almoçava, aproveitamos que tinha uma copiadora ali perto e fizemos cópias do roteiro pra que ninguém tivesse problemas se não conseguisse manter o ritmo proposto.
Na parte da tarde recomeçamos o pedal e tomamos um chuva logo de cara. Após tomarmos o banho forçado encontramos dois brasileiros de moto, que seguiam também até Antofagasta. Conversamos um pouco e pegamos as bikes pra continuar a viagem. Eu estava alguns metros na frente do Aramis, quando eu ouço um barulho e um pedaço de qualquer coisa voando. Quando eu olho pra trás, vejo ele caído e uns pedaços de retrovisor no chão. Um carro atropelou ele e nem parou pra ver o que aconteceu. Ajudei ele a se levantar e todo mundo de cara com o que aconteceu. Por “sorte” (sorte nada, quem é que tem sorte de ser atropelado?), nada quebrado.
O resto do caminho foi mais tranquilo, eventualmente (ou quase sempre?), jogando a bicicleta no mato pro escapar dos carros. Chegamos antes de anoitecer em Presidencia de La Plaza, onde um posto com uma boa estrutura nos esperava.