A van quebrou, mas nós chegamos.
Pois é pessoal, não foi nada fácil chegar até o Audax Floripa. Sempre tem que haver uma história conturbada, até para valorizar mais a aventura.
Depois do Pacato perder um PC logo no início no Audax de Campos, surgiram mais 02 amigos querendo brevetar. Com a série do Paraná temporariamente cancelada, só nos restava deslocar até Santa Catarina para o Audax de Florianópolis, a 700 km longe de casa.
Começava então o processo de organização disso tudo. Ao buscar o Audax Floripa na internet, me surpreendi com a quantidade de de pessoas inscritas (mais de 400). Caramba ! No Audax de Campos esse número se limitava a 120 participantes, entre o Audax 200 km e o Desafio 100 km. Bom, pelo menos não será difícil conseguir vaga, até porque, como diz o Daniel Chagas, estávamos em cima do laço.
Quando vi o nome do Rodyer na lista de inscritos, a coisa começou a ficar mais fácil, pois desde então passei a ter ajuda, tanto para inscrever toda a nossa turma quanto até um dia antes, quando o Rodyer pegaria nossos kits, uma vez que seria impossível chegarmos em tempo no sábado.
Vou ser breve nessa parte. Lógico que nunca se consegue partir exatamente na hora marcada, principalmente no sábado a tarde quando todos ainda estão trabalhando. Então, depois de conseguirmos durante a semana uma van “de grátis” com um candidato a vereador, combinamos de nos encontrar todos às 13:00, normalmente para sair às 14:00, pois bem, saímos quase às 16:00 (alguém me lembre de marcar as 9:00 da manhã na próxima vez).
Tempo bom até Campina Grande, onde colei meu primeiro adesivo da DAP (não importa se estava de carro, já passei muitas outras vezes ali de bike, porém sem adesivo, fica um pelo outro). A chuva começaria depois de Curitiba, o que atrasaria mais um pouco nossa chegada. Eu já estava preocupado se chegaríamos em tempo de dormir. Tive certeza disso, quando a van quebrou, travou as rodas exatamente no pedágio de Itapema.
Depois do socorro da estrada constatar que além de trincado o disco de freio e ausência de pastilhas, ele nos rebocaria até o posto (fechado) mais próximo. Enquanto o mecânico que acabara de ser acordado, cobrava R$ 100,00 para isolar o freio de uma das rodas, nós nos vestíamos e nos arrumávamos com a ideia de seguir pedalando até Florianópolis ou perderíamos a largada. Estávamos em Itapema, exatamente no Posto do Avião, aquele que tem um avião restaurante na entrada.
Por sorte, a peripécia do mecânico deu certo, assim, seguimos vestidos e com as bicicletas montadas na van. Por fim chegamos no local da largada, Shopping Iguatemi, Posto Ipiranga, ao lado do tal de Porto Belo. Tínhamos uma hora para dormir. E quem consegue dormir com essas baladas de posto de gasolina? Eu, particularmente, consegui cochilar por alguns minutos, nem sei quantos, e acordei com o Rodyer entregando os kits para a galera.
Sem dormir e ensonados, estávamos prontos para o Audax Floripa! Haha… Tirei uma foto memorável com o Rodyer e seu amigo na largada, e foi a última vez que nos vimos. Eles iriam travar um duelo com os caras de azul e amarelo, enquanto nós, iríamos apenas curtir e completar os 200 km.
Logo na largada, saindo de Trindade, já se avistam as belezas da ilha, assim na sequência, já se está de frente com a o famoso cartão postal da cidade, a ponte Hercílio Luz, seguindo pela Beira Mar Norte e logo na sequência atravessando a outra ponte, a Colombo Salles. Quando o carro batedor sai da frente, é o momento em que o negócio realmente anda. Entre uma paisagem e outra, os speedeiros mais acelerados vão passando e travando suas disputas pessoais ou não. O percurso segue pela beira-mar, passando pelos bairros de Floripa, entre eles Bom Abrigo e Itaguaçu, voltando por baixo da Ponte Pedro Ivo, seguindo por uma ciclovia ainda à beira-mar na ansiedade de adentrar a base aérea, que se abre apenas em ocasiões especiais e somente com concessões expressas. Foi muito bacana pedalar dentro da base, a essa hora já estava batendo uma fome, ao sairmos de lá, teve início um trecho de paralelepípedos que certamente prejudicou muita gente de pneu fino, foi o que aconteceu com nosso parceiro Álvaro que nesse trecho teve 02 pneus furados. Depois da subida, chegamos no PC1 de onde aproveitei para enviar uma foto para o João.
Achei péssima a fila para carimbar o passaporte no PC1, muito demorada, assim, como também não achei de bom gosto, haver somente 01 banheiro para tanta gente. Eu penso que se você sabe que em um evento vão participar 700 pessoas, todos os preparativos devem girar em torno
desse número, evidente. Também foi péssimo faltar água no PC. Estes foram os primeiros 50 km.
A próxima etapa agora, era o PC2. O caminho continuava repleto de paisagens, uma mais linda que a outra. Passaríamos por Tapera, Ribeirão da Ilha, Lagoa do Peri, Armação, muito embora eu estivesse realmente ansioso para rever Campeche, passar pelo bairro de Rio Tavares onde mora o amigo surfista itanhaense mundialmente conhecido: Binho Nunes, e assim passar pela Lagoa da Conceição até o PC2 na Praia Mole.
O vento não colaborou muito, e continuou contra e quando pensei que fosse pegar a favor na volta sul do percurso, ele ainda estava lateral e impertinente. Seguimos tirando várias fotos e curtindo o percurso, até então no meio de uma das maiores subidas, chegarmos ao PC2 no Mirante da Praia Mole.
O PC2 estava lotado, mas a fila estava razoável. O pãozinho com docinho mais as bananas, nem fizeram “cosquinhas”, e preferi descer até os salgados e a coca que forrou melhor a barriga. Nas provas de Audax é imprescíndivel cuidar da alimentação.
Saindo do PC2 em direção a Barra da Lagoa, nosso amigo Álvaro teve mais 2 pneus furados, e dessa vez, com o estoque de câmaras esgotado, estava definitivamente fora do Audax Floripa. Enquanto isso, seguíamos em grupo, administrando o sono que se esvaía mediante as belezas e subidas que se aproximavam. Rio Vermelho, Morro dos Ingleses, Canasvieiras, Lagoinha e tome sol. Não paramos no Costão do Santinho, passamos o pé no tapete para identificar os chips, e seguimos no caminho de volta rumo ao PC3.
Sombra boa no PC3, ausência de fila para o banheiro, resolvi experimentar uma laranja, que chamou outras duas. Nos abastecemos com água, alongamos rapidamente, ficamos pouco tempo desta vez e seguimos sem pressa, assim como o sol que se punha.
Saimos do PC3 sentido Bom Jesus e Jurerê, fomos castigados mais um pouco pelo sol. Passamos por uma parte que deve ser a mais rica da cidade, até cheguei a pensar que estava em Beverly Hills, devido a quantidade de favelas e malocas (brincadeira). Seguimos sentido estrada do Jurerê, Daniela, e para ficar mais engraçado, os organizadores guardaram as subidas para o final, duas delas bem bacanas encontravam-se em Cacupé (lembrei de Caacupe no Paraguai – baita subidaça). Outras tantas subidas encontravam-se no bairro João Paulo, que pelo nome, já indicava o final do caminho. Depois de todas essas subidas, cruzamos uma passarela, para então chegar ao ponto de chegada, que outrora foi também a largada. Depois de 12 horas de pedal, enfrentaríamos pela última vez uma grande fila para a retirada dos brevets, e pegar o dinheiro que havíamos deixado de caução pelos chips.
O Audax Floripa foi bem mais tranquilo que o de Campos de Jordão, porém, como já esperávamos, muito rico em paisagens.
Depois de brevetados, entramos na van, e preferimos tomar banho e jantar na estrada, assim como fazemos durante as viagens de bike.
P.S.: Chegamos em Itanhaém às 5:00 da manhã, entrei no trabalho às 7:00, e dormi na segunda-feira a noite.
Ah! O Álvaro vai fazer o Audax 200 km da Lapa – PR.
maio 5th, 2012 em 13:09
Nossa……viajei aqui com as minhas lembranças de Floripa.
Belo relato Marco
maio 5th, 2012 em 21:26
Marco, como funcionava o esquema dos chips? Era pra que? Pra substituir o passaporte?
maio 7th, 2012 em 15:09
Obrigado Aramis ! …é realmente um Belo Lugar !
Junto com os kits, recebemos os tais “chips”, que deveríamos fixar em um dos pés. Recebemos também o passaporte, ou seja, duas formas de controle. Na entrada da área de largada, passamos por um tapete azul, que ligado a um equipamento que ficava ao lado, registrou a nossa passagem, e assim foi durante a prova também. Carimbava-se o passaporte nos PC’s e nos lugares mais afastados, passava-se pelo tapete azul, mais uma maneira de inibir quem quisesse cortar caminho. Muito embora eu não vejo vantagem nenhuma em cortar caminho em um evento como esse. ( Pitzz )
Ps. Antes da Prova, tivemos que depositar/pagar R$ 20,00 por chip. E no final da prova, destrocamos pelo dinheiro novamente, tipo caução.
maio 7th, 2012 em 16:39
Buenas.
Parabéns pra turma toda.
Que zica com a van, heim? Quando a esmola é demais até o santo desconfia. É assim o ditado? rs.
Cara, não é a toa que Floripa é considerada a Ilha da Magia, foi uma experiência maravilhosa viver um tempo por lá. Pelo texto, muito bem escrito, diga-se de passagem, foi possível lembrar (e como esquecer!?) das belas paisagens e o nome de seus respectivos lugares, destes realmente vale mencionar a subida no trecho da Praia Mole, tenso. Mas a descida também é maravilhosa, treinando cheguei a quase 70 km/h fácil.
No Cacupé a subida nem é tão forte assim, talvez seja mais extensa que na Mole e com a compreensiva canseira de final de percurso tenha exigido mais esforço.
Não sou fã (ainda) do Audax, quem sabe no futuro. E se tratando de dos próximos eventos, vocês entraram em contato com a organização do mesmo, relatando esses acontecimentos, como as filas e etc.?
No mais, desejo sucesso nas próximas edições.
Abraço a todos.