No segundo dia de viagem pensei que ia pegar chuva na estrada ao ver o asfalto úmido, mas tive tempo bom todo o tempo.
No início segui por dentro de Barra Velha e Piçarras, depois retornei à BR-101 até o final da pedalada.
Acabei não almoçando, pois achei melhor comer outra coisa mais rapidamente e seguir.
No começo da tarde, por alguns segundos senti algo estranho, como se minha cabeça não estivesse ali, não estivesse concentrado e pensasse: “o que é que eu estou fazendo aqui? Por que é que eu estou aqui me ferrando e não estou em casa descansando, já que estou de férias?”. Mas continuei pedalando e aquilo logo passou. Foi uma coisa muito rápida, mas acho que talvez tenha sido o momento mais importante de todos das minhas viagens. Eu estava sozinho, era a primeira vez que fazia aquilo e entre família e amigos eu não conhecia ninguém que tivesse feito algo parecido. É diferente de quando você está num núcleo de pessoas que praticam a mesma modalidade, em que um motiva o outro de alguma forma. Se naquele momento eu desse importância àquela dúvida, provavelmente teria parado, voltado pra casa e não teria feito nenhuma outra viagem, tampouco estaria digitando isso hoje.
Foi cansativo pedalar à tarde, mais por eu não estar acostumado a longas distâncias do que pela altimetria da rota. A BR-101 estava em obras em muitos trechos após Florianópolis e isso em alguns pontos atrapalhava também, pois o trânsito na rodovia é intenso.
Perto de Palhoça liguei para um camping, da lista que eu tinha preparado antes da viagem e avisei sobre a minha chegada. Diferente de Barra Velha, aqui encontrei mais gente acampando, pelo menos umas duas famílias.
Por azar, não achei nada perto do camping aberto para comer e acabei voltando pra dormir. Passei a noite com algumas bolachas e deixei pra comer melhor no outro dia pela manhã.
Foram 161 km pedalados.